Instituição e equipa da associação os francisquinhos

A EQUIPA DA ASSOCIAÇÃO "OS FRANCISQUINHOS" A equipa de suporte de “Os Francisquinhos” é constituída por vários especialistas : enfermeira, advogada/jurista, fisioterapeuta, terapeuta da fala, psicóloga, tecnica superior de educação especial e reabilitação e assistente social, entre outros.

Adicionalmente e sempre que necessário, grupos de voluntários integram harmoniosamente esta equipa. Actualmente muitas destas acções de voluntariado são suportadas no ambito da Responsabilidade e Envolvimento Social de Empresas.

“OS FRANCISQUINHOS” - Associação de Pais e Amigos das Crianças do Hospital de S. Francisco Xavier, foi constituida no dia 04 de Junho de 1994 e obteve o estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social, conforme publicação no DR. Nº 157 de 9 de Julho de 1996. “

Nos primeiros anos deste Hospital (1987...), tanto nós como os pais destes bebés, aparentemente queríamos acreditar de que tendo estas crianças sobrevivido, o pior tinha passado. Já tinha sido um desafio tão grande a sua sobrevivência!

Mas durante os primeiros tempos da Consulta de Desenvolvimento Infantil, fomos aprendendo que sobreviver a um nascimento prematuro ou com outras problemas poderia traduzir-se, no futuro, em sérias dificuldades no desenvolvimento destes meninos. As respostas comunitárias eram e muitas ainda são, lentas e descoordenadas.

Uns andares acima, na Unidade de Neonatalogia, também se percepcionava a necessidade de um apoio continuado a estas famílias, após a alta dos bebés.

Para os conhecer melhor, convidámos os únicos sobreviventes de menos de 1000 gramas – 22 no total, para um pequeno lanche. Nenhum faltou. Estávamos em Junho de 1993 e pela primeira vez, “ baptizámo-los” afectuosamente de os Francisquinhos!

O sucesso desta pequena iniciativa, levou-nos a sonhar mais alto... E se juntássemos todos os Francisquinhos que já estiveram internados na Unidade de Neonatalogia?
Assim, a 1ª Festa dos Francisquinhos teve lugar no dia 04 de Junho de 1994 e nesse mesmo dia, em escritura pública, no Parque dos Índios em Monsanto, foi constituída a nossa Associação. Nesse momento, publicámos também a nossa Declaração de Direitos das Crianças de Alto Risco.
Tinha começado a rolar uma” bola de neve”, só que no nosso caso a bola é bem quente: ternura, amizade, solidariedade..., aumentando sempre de volume, derrubando todas as barreiras!

Mas enrolados nas teias da burocracia hibernámos nos seguintes dois anos, e finalmente em Julho de 1996 fomos reconhecidos como Instituição Particular de Solidariedade Social (DR-157-III série de 09/07/1996). Em Outubro desse ano, assinámos o Acordo de Cooperação com o Centro Regional de Segurança Social de Lisboa e Vale do Tejo, que nos conduziu, de imediato e sem um tostão, a iniciar o nosso Programa de Intervenção Precoce SOS Bebé.

Durante nove meses a equipa (educadora de ensino especial, fisioterapeuta, enfermeiras especialistas em saúde mental, uma e em reabilitação outra, psicóloga), com a colaboração da pediatra da Consulta de Desenvolvimento, apoiava os primeiros Francisquinhos, em casa, na creche, na ama, tentando que alcançassem o desenvolvimento físico e mental adequado à sua idade.
Poucos acreditavam que o SOS Bebé tivesse “pernas para andar”.
A equipa trabalhava por “amor à camisola”, mas o esforço económico real de mais de cinquenta contos mensais para gasolina, exigido ao bolso de cada uma dessas profissionais, tornava-se insuportável. Finalmente, em Maio de 1997 o SOS Bebé é homologado e um mês depois chegam as primeiras verbas. Preferíamos que, neste caso, tivesse havido um parto prematuro!...

E a bola continuou a rolar... também em Junho de 97 a 2ª Festa dos Francisquinhos para comemorar “a chuva”, perdão, o 10º aniversário do Hospital de S. Francisco Xavier e o 1º Curso de Formação Profissional de Ajudantes Familiares/Domiciliárias teve início em Setembro do mesmo ano. Era uma outra iniciativa bastante arrojada para uma tão jovem Associação! Mas deveriam criar-se, na Comunidade, respostas para melhor apoiar as nossas famílias, contribuindo, por outro lado, para a formação profissional e inserção no mercado de trabalho de mulheres desempregadas de longa duração.
Tinham, novamente, acreditado em nós!
E no final desse ano fomos galardoados com o 1º Prémio Nacional de Humanização do Ministério da Saúde.

Em Novembro de 1998 realizamos o primeiro Fórum dos Francisquinhos, sob o tema “Crescer com Direito a Direitos” e, sabe-se lá porquê, dois Ministros vêm presidir à sessão de encerramento, aceitando de imediato pertencerem – como “Tios” – à família honorária dos Francisquinhos, que já conta com vários “parentes” muito notáveis.
Em 1999 os pedidos para apoio aos nossos Francisquinhos ultrapassam o protocolado, pelo que foi preciso reformular o Programa de Intervenção Precoce, redimensionando-o, admitindo outros técnicos - assistente social, psicomotricidade, jurista, administrativo, para agora passar a assistir 60 crianças por mês, mantendo toda a filosofia original: prevenir o mais cedo possível – imediatamente após a alta -, as sequelas de um nascimento de risco, actuando com uma equipa transdisciplinar em casa das crianças, permitindo aos pais a manutenção dos seus postos de trabalho, procurando dar uma resposta imediata às suas dúvidas e à maioria dos seus problemas e utilizando os recursos comunitários disponíveis. Este apoio é Gratuito, pois consideramo-lo um Direito destes meninos.
O desejo de melhoria contínua na prestação de cuidados a crianças e jovens levou-nos, de seguida, a formar técnicos e profissionais em 11 diferentes cursos, totalizando mais de 11.000 horas de formação. Estávamos então acreditados pelo INOFOR para a realização desta actividade, com meios do Fundo Social Europeu e do Estado Português.

Em 2002 ganhámos o projecto de Intervenção Comunitária do Programa SER CRIANÇA, intitulado “Vêm aí Os Francisquinhos”. Tal facto permitiu durante 3 anos apoiarmos diariamente a população do Bairro dos Barronhos, em Carnaxide, em fase de realojamento social e especialmente as suas crianças, muitos delas Francisquinhos.

Lutávamos também por um espaço próprio onde melhor pudessemos desenvolver as nossas actividades.
Em 2003, com o apoio de vários amigos dos Francisquinhos, assinámos com a Câmara Municipal de Lisboa, a cedência de um espaço camarário no Restelo, com 3000m2, onde podemos construir equipamentos até 500m2, mas só em estruturas provisórias.
Ainda não é o nosso sonho – “A Quinta dos Francisquinhos”, mas sim a realidade do nosso sonho!
Este espaço estava abandonado há vários anos, com mato alto, algumas árvores e sem qualquer infraestrutura. Foi com muito esforço e muitos amigos que hoje já podemos, orgulhosamente, denominámo-lo “O Jardim dos Francisquinhos”.

A Casinha de Chocolate, em 2004, foi o primeiro pré-fabricado que aí foi instalado e oferecido. Finalmente tínhamos a nossa Sede!

No Dia Internacional da Mulher de 2005 a Presidente da Direcção desta Associação recebeu a distinção de Grande- Oficial da Ordem de Mérito pelo Senhor Presidente da República, devido ao trabalho desenvolvido nesta Associação.

Em 2007 ficou pronta a segunda estrutura de apoio – uma sala multiusos com diversas facilidades de apoio, que foi a oferta de muitos portugueses no Programa da RTP1 – “Dança Comigo”.

Porém, ainda nos preocupa a fase seguinte de desenvolvimento dos Francisquinhos – A Idade Pré/Escolar. Temos de, mais uma vez o mais precocemente possível, ensinar os Francisquinhos a “aprender a aprender”. O insucesso escolar é outra eventual factura a pagar, devido ao seu nascimento de risco. Pensamos que em breve, Explorar o Jardim dos Francisquinhos, seja uma aventura pedagógica e lúdica em contacto com a Natureza e que entusiasmará os nossos meninos!

Também a construção de “A Pousada dos Francisquinhos”, outra necessidade por nós sentida, permitirá altas precoces, algum descanso aos pais e umas boas férias aos filhos... Veremos o que o futuro nos reserva, mas devemos concluir que, acreditar e muito trabalho tem-nos sempre compensado!

“... Têm Direito a uma Sociedade que saiba criar todas as condições necessárias e adequadas para dar sentido às vidas que quis salvar “. artº7 da nossa Declaração dos Direitos das Crianças de Alto Risco. “